domingo, 11 de abril de 2010

Alvaite penoso!


Oi muleque danado Que brinca na lage
Na beira do canal
Jogar bola na Rua e Tomar Banho de chuva
Pra ele é sensacional!

Pois ser criança é mais
Tem que aprender a viver
Saber ganhar e perder
Manter o respeito e a disposição

Andar descalço na chuva
Oi catar manga na rua
Passando o pano na situação

Linha esticada no poste
Cerol do bom no sacode
Penoso não entra na roda não
Dou cabeçada, interrada
Linha e Lingua Afiada
Quando descaio não tem solução

ALVAITE PENOSO



Oi muleque danado Que brinca na lage

Na beira do canal

Jogar bola na Rua, Tomar Banho de chuva

Pra ele é sensacional!


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fumacê dos Nelsons



O Fumacê dos Nelsons foi uma banda que surgiu dentro do movimento cultural "Namorada da arte". Entre 2003 e 2004 nós faziamos dos nossos encontros uma pratica criativa cotidiana. Criando poemas e musicalizando outros recriavamos a nossa condição.


Carimbó dos Gabirus


O caboco na cidade
Não tem para onde ir
Embaixo do Ver-o-peso
Vive com os urubus
Sem ter o que comer meu irmão
Seu destino é virar gabiru

Hei, hei gabirú
Hei, hei gabirú

Urubu é todo preto
Preto é a nossa cor
Porém não como carniça
E exigo meu valor
Ver-o-peso tá reformado
E os feirantes do mesmo jeito
O prefeito tá num palácio
E eu moro lá nos guetos

Hei, hei gabirú
Hei, hei gabirú

Juventude na periferia
Se não entrar nas regras
Sei que tô numa fria
Mas eu sei da informação
Juventude consciênte vale a pena meu irmão
Tome logo uma providência
Não se mate à toa tenha consciência

Hei, hei gabirú
Hei, hei Gabirú
Letra: Rodrigo Barros


Ps. Gabirú foi o termo usado por Josué de Castro para designar as gerações que nasceram em condições de miséria extrema no Recife, os "homens ratos".Em 2007 a cidade foi apontada coma a quinta pior cidade do mundo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Marujada de Quatipuru (Dezembro de 2008)

No último dia de festa da marujada em Quatipuru acontece a saída dos mascarados. Eles além de divertirem alguns e assustarem outros, também distribuem os presentes do mastro que é erguido no início do festejo. Carne-Seca que estava lá de toca, resolveu dar o ar da sua graça.

Carne-Seca fazendo stripe para as marujas. Olha a cara da Ester no canto direito da foto.


A varinha é pra dar lambada nos muleques....as fotos foram tiradas pelo André Mardock

Tempo Bom!

Universo em Paint Brush

"Cheguei seu moço" Zueira de Fumanchú
Vou entrando no teu pensamento e no jogo de verso vou te levar....




Poesia de André Miranda


Acorda maria Bonita

Levanta vem fazer o café

Que o dia já vem raiando

E a pulicia já tá de pé.
Volta seca (cangaceiro de lampião)



Joga a saia pra cima de mim
Que eu quero sentir ô nega

Teu cheiro de patchuli....
É pau e corda

É corda e pau

Se te vejo dançar carimbó

Ó nega eu passo mal...

Meu universo em Paint Brush (desenhos de 2004)

Zabumbeiro (auto-retrato)
"As lágrimas que banhavam a terra secaram"


"Mas eu é que não vou falar de política em mesa de bar"


A cobra que mora embaixo da cidade velha



Beira do rio Guamá




Era um velho muito velho...

Preto Velho

Preto Velho
Os Pretos Velhos são figuras emblemáticas do cotidiano amazônico, a representação da ancetralidade, o conhecimento que atravessa o tempo, a força da nossa semente.
A pintura, totalmente intuitiva, é um auto-retrato.
Tatetu Kafungjí


Academia (a menopausa do espírito)

Aulas de desenho
Adentrar no curso de artes visuais da Universidade Federal do Pará foi importante por uma coisa: saber que realmente não quero ser um artista. Ou talvez, não este tipo de artista que a escola forma. Voltado para uma produção que agrade o mercado, que busca um sucesso atrelado a submissão. Concepção superada graças ao contato com novas/outras proposições poéticas, organizacionais e políticas que conheci ao dar meu primeiro passo para fora da universidade. Antes mesmo de sequer terminar o curso. Umas das primeiras crises que tive depois que passei a frequentar o curso de Educação artística (Habilitação em artes plásticas), atualmente Curso de Artes Visuais do Instituto de Ciências da Arte, foi saber que minha dificuldade, que já percebia desde a sétima série, de associar aquele conhecimento com nossas vidas, ainda existia. Agora a diferença é que percebo a dificuldade, mas não em mim. Logo depois, a crise foi a frustração de não ter o don do artista, concepção romantica que já me acompanhava toda a vida e ainda permaneceu até meados do curso. Então daí a necessidade de vivências artisticas, principalmente com novas concepções, pois na academia, já me sentia anulado, formatado e subjulgado pela própria técnica.



Rodrigo Barros - "Um passo a frente e você não esta mais no mesmo lugar"